A Gentilândia é um daqueles lugares onde a cidade lembra o que já foi,
lugar onde se vive para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar.
Convivência experimentada no cotidiano, fruto das relações sociais alicerçadas pelo tempo.
Por isso, ser gentilandino é um estado de espírito e,
quem já viveu na Gentilândia sabe que é imprescindível voltar sempre.
Para conviver, para ver, para sentir, para ouvir, para andar, para conversar…
Elmo Vasconcelos Júnior
O gado do Ceará chegava do sertão pelos caminhos de Parangaba ou Messejana, passando, nas proximidades de Fortaleza, por uma bela planície, onde ficavam chácaras com pequenas hortas e criações que abasteciam a jovem cidade. Foi por ali, na antiga chácara da família Garcia, que o vendedor José Gentil Alves de Carvalho, chegado de Sobral em 1893, encontrou um lugar para instalar sua esposa e filhos, enquanto começava seus negócios na Capital.
Fortaleza que se deliciava com os hábitos afrancesados e com o glamour da belle époque. Sedas, veludos plissados e frufrus se fundiam com o rústico algodão dos trabalhadores e faziam do comércio de tecidos uma boa oportunidade. A Firma Frota & Gentil se tornou uma das maiores representações de Fortaleza. José Gentil enriqueceu e virou banqueiro. Comprou e loteou os terrenos ao redor da sua mansão, construindo e reformando prédios, abrindo ruas aprazíveis e arborizadas. Foi assim que a localidade da chácara dos Garcia virou o bairro da Gentilândia.
O Memorial da Gentilândia, organizado pelo prof. Elmo Vasconcelos Júnior em parceria com a Federação dos Transportes em dezembro de 2006 conta, através de fotografias e depoimentos, a Gentilândia dos casarios, das igrejas, dos bondes e ônibus, das feiras e pequenos negócios, das gentes que circulam por lá, fazendo dela uma marca fundamental do jeito de viver em Fortaleza.