Segundo o Caderno de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas, de 2005, intitulado – Disponibilidade e Demanda de Recursos Hídricos no Brasil, as regiões metropolitanas de Fortaleza-CE, Natal-RN, Recife-PE, Belo Horizonte-BH, Salvador-BA, Rio de Janeiro-RJ e Porto Alegre-RS possuem um ou mais mananciais de abastecimento em situação crítica ou muito crítica de escassez de água. Este cenário mostra a urgência com que o setor de transporte deve atentar para o de reúso de água, sob pena de em alguns eventos de seca não poder realizar as atividades de lavagem de frota.
Considerando este contexto e ainda a necessidade de garantir a continuidade das atividades de lavagem de frotas, a instalação de sistema de reúso de água no setor de transportes é imperativa.
A experiência acadêmica e prática na lavagem de carros, ônibus e caminhões, tem mostrado que é possível atingir 70% de reciclagem de água quando são utilizadas lavadoras manuais, e 80%, quando da utilização de lavadoras automatizadas.
Quanto aos aspectos econômicos, entende-se que o Brasil é um dos países mais propícios para a prática de reúso de água. Isto por que a tarifa de água no Brasil é extremamente elevada.
Estudos realizados pelo Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental (LTM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostraram que reusar (reciclar) água de lavagem de veículos sem tratamento incorre em um risco 100 vezes maior à saúde dos operadores do que o aceitável por normas internacionais. O LTM/UFRGS desenvolveu uma nova tecnologia – Floculação-flotação em coluna (FFC), que seguida de desinfecção, viabiliza técnica e economicamente a prática.
Fonte: Rafael Newton Zaneti, Ramiro Etchepare e Jorge Rubio
* Rafael Newton Zaneti, Ramiro Etchepare e Jorge Rubio. São pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental (LTM/UFRGS), que desenvolve pesquisa no tratamento para reúso de água de lavagem de veículos desde 1999. Em 2008, o LTM foi finalista do Prêmio ANA. rafael.zaneti@ufrgs.br ?e jrubio@ufrgs.br.