A nova edição da publicação Transportes em Números, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), revelou que enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma queda de 5,9% nos seis primeiros meses de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, o do transporte registrou retração de 11,3%. Em um semestre marcado pela pandemia da Covid-19, esse foi o pior resultado para o setor dentro da série histórica das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1996. Além disso, o desempenho do transporte foi duas vezes pior do que o registrado no auge da recessão de 2014-2016.
Segundo a publicação, entre todas as atividades, os serviços de transporte de cargas e de passageiros apresentaram a segunda maior queda do valor adicionado no semestre, atrás apenas de “outras atividades de serviços” (serviços de alojamento, alimentação, saúde e educação consumidos pelas famílias, serviços domésticos remunerados e serviços culturais, desportivos e recreativos), categoria que caiu 13,6%. “Essa contração histórica aconteceu em um momento em que ainda buscávamos recuperar os prejuízos de outra recessão, a de 2014-2016. Por isso, consideramos que levará um tempo significativo para que todos os segmentos de transporte, em especial os de passageiros, recuperem os patamares pré-crise Covid-19. Apesar de o momento ser de cautela, esperamos que a economia intensifique a sua reação já nos próximos meses de modo a recompor financeiramente as empresas, bem com propiciar o ambiente necessário para a retomada dos investimentos em infraestrutura”, ressalta o presidente da CNT, Vander Costa.