Com a crise do coronavírus completando um ano no Brasil neste mês de março, o setor de transporte público coletivo do País soma R$ 11,75 bilhões em prejuízos acumulados, segundo levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), com base em dados consolidados para capitais e regiões metropolitanas no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Para a instituição, os impactos negativos que fazem o setor enfrentar o pior momento da crise são reflexo da redução das receitas decorrente da queda no número de passageiros e da falta de medidas de socorro emergencial específicas por parte do governo federal.
Para tornar viável a sobrevivência dos sistemas de transporte coletivo em todo o País, a NTU reforça a necessidade de derrubada do veto presidencial ao projeto de lei (PL) 3364/20, aprovado no final do ano passado, que estabelecia um auxílio emergencial de R$ 4 bilhões para apoiar sistemas de transportes públicos (ônibus, trens e metrôs) nas cidades acima de 200 mil habitantes. Além dos prejuízos financeiros, os dados revelam outros problemas desencadeados pela crise sanitária e pela negligência das autoridades, colocando o setor de transporte nesse difícil cenário. Dentre eles, destacam-se a interrupção da prestação dos serviços em vários sistemas, realização de demissões em massa de trabalhadores, intensificação da quantidade de paralisações, a insatisfação da população com a redução/interrupção da oferta de transporte público e também a incapacidade do pagamento de salários e benefícios por parte das empresas.
A NTU defende a necessidade de uma solução definitiva por parte do poder público, que passa pela adoção de um novo marco regulatório para organizar e definir responsabilidades e direitos na gestão e operação do transporte público por ônibus coletivo no Brasil, nos moldes do que foi adotado para o setor de saneamento, ano passado.