Lá pelos idos de 1825, na França, o sr. Baudry estava preocupado com seu negócio. Sua casa de banhos era distante do centro de cidade e os fregueses não apareciam porque não tinham como chegar até lá. Então, ele arrumou um carro comprido, puxado por cavalos, e começou trazer o pessoal de Nantes para tomar banho em sua loja.
O serviço de transporte acabou fazendo mais sucesso que a casa de banhos. Logo, o sr. Baudry passou a trabalhar somente com o carro, cobrando passagens. E assim que chegava à cidade, ele estacionava seu carro em frente a uma loja de chapéus. Ali, o dono colocara uma tabuleta onde se lia Omnes-Omnibus. Omnes, era o nome do chapeleiro e omnibus, em latim, significava “para todos”. Em pouco tempo, os passageiros do sr. Baudry começaram a identificar o trocadilho dos chapéus com o carro. Foi assim, há quase 200 anos, que os carros de transporte coletivo de passageiros receberam o nome de ônibus.
A história dos ônibus pode ser escrita de várias maneiras diferentes, tão cheia de personagens, acontecimentos e tempos que é. Na exposição Mais de um Século sobre Rodas estão 160 acontecimentos e 46 documentos que contam um pouco da trajetória do serviço de bondes e ônibus no Ceará.
Foram quatro meses remexendo os arquivos. Um trabalho árduo, mas compensador, porque revelou o tesouro escondido entre milhões de papéis amarelecidos que compõem nosso patrimônio documental. E foi trabalho valioso também porque permitiu que Mais de um Século sobre Rodas se transformasse em uma oportunidade inédita de preservar todos esses registros do passado do transporte.
Depois de encontrar, era preciso reproduzir os documentos. Isso porque em Mais de um Século sobre Rodasestão somente réplicas, enquanto os originais permanecem guardados em suas instituições de custódia. O desafio de recriar as marcas que tempos centenários deixaram nos papéis não foi pequeno. Manchas de fungos, de insetos e de umidade misturavam-se às fragilidades de suportes que sofreram com calor, luz, variações térmicas bruscas, rasgos e com todos os efeitos do passar dos anos. E foram, então, as mãos do artista plástico Alberto Fernandes que iludiram nosso olhar, criando com tecnologia, os antigos escritos à bicos de pena e canetas tinteiros…
A exposição foi aberta à visitação em abril de 2004 no térreo do Sest Senat Fortaleza.
Visitação
Sest Senat Fortaleza, Rua D. Leopoldina, 1050 – Centro.
De segunda a sexta, das 8:00 às 18:00 horas.
Informações: (85) 3261-7066.